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Criando Personagens Maneiros

Esse cara deve ter um background maneiro!

Nesta quarta-feira começarei uma campanha de D&D, a aventura Ashen Crown deu muito certo, o pessoal aprendeu bem a utilizar as ferramentas online e tudo estava ótimo, tirando o fato é claro de ser uma aventura pronta. Eu não gosto de aventura pronta, não sei jogar com elas, mesmo sabendo que não preciso, acabo ficando preso a forma como ela foi escrita.

De qualquer forma este é post sobre algumas reflexões que fiz junto aos meus jogadores na criação de seus personagens. Possuo um método de criação de personagem, cada um deve ter o seu, com suas vantagens, vou explicar o meu, que talvez seja um pouco diferente, porque sou um jogador que tenta auxiliar o mestre em contar sua história.

Passo Um – A Imagem

Primeiro faço uma imagem mental do meu personagem, simples assim, vou observando como um terceiro e deixo as perguntas sem respostas. Um personagem feito assim foi Raistlin, seus olhos de ampulheta foram desenhados e ficou tão maneiro que os autores tiveram que pensar na história do mago, que o deixou ainda mais sinistro. Kratos, do God of War, foi desenhado cinza porque era sinistro, depois inventaram sua explicação. Eu gostaria de chamar isso de efeito Jack Sparrow, quando vemos Jack com seu chapéu, cabelo, maquiagem e acessórios sabemos que seu background é maneiro, mesmo sem saber qual é (quando descobrimos nos outros filmes foi depressivo).

Passo Dois – Não Desate os Nos!

Melhor que ter um background detalhado, grande e bem escrito é ter um background cheio de ganchos, cheio de possibilidades. Nosso herói hipotético poderia ter uma fita de seda vermelha que sempre carrega consigo, nunca se separa dela. Talvez o personagem saiba de quem foi a fita, quando foi dada a ele e o que significa. Mas o jogador não necessariamente precisa saber! Isso permite que um belo dia, numa aventura sem muitos eventos, o personagem encontre os assassinos de sua amada que lhe entregou o tecido e pode descobrir que ela não está morta, mas foi vendida como escrava! O importante é não contar a história, porque isso permite que os mestre utilize com mais facilidade os background do seu personagem na aventura.

Passo Três – Mostre seu Background Quase Toda Aventura.

Não adianta falar que seu personagem era de uma guilda de ladrões tecnomágicos se você não mostra isso sempre. Quando for desarmar uma armadilha descreva suas ferramentas mágicas, descreva os cristais mágicos que utiliza para espionar, fale sobre as práticas de roubo em sala identicas ao bancos de Kundarak criadas por ilusão. Se você lembra seu mestre que fez parte de uma guilda, ou que possui uma espada com uma estranha profecia, é bem provavel que cedo ou tarde (mais cedo provavelmente) seu mestre colocará seu background como centro de uma aventura.

Acho que seguindo esses três passos, sendo o terceiro menos na criação mas mais no desenvolvimento do personagem, sua mesa estará fadada a grandes aventuras! Mesmo sem rolar tantos 20.

Por Davi Salles

Irmão do Daniel, o Davi começou a jogar mais ou menos na mesma época, mas demorou um pouco mais para jogar junto. Irmão caçula, sabe como é. Ele gosta bastante de Senhor dos Anéis, e suas aventuras sempre tem um toque Sheakspereano. Curte the One Ring, Vampire: the Requiem e outros RPGs mais interpretativos, mas também joga e mestra mesmo o velho e bom D&D.

19 respostas em “Criando Personagens Maneiros”

Muito maneiro 😀

Uma vez fiz um personagem super louco, criei a história primeiro e a ficha depois, era um Gnomo que tinha sido criado por uma família de Adivinhos Humanos, ele se tornou um Adivinho cuja escola proibida era Ilusão, o mestre inclusive me deixou trocar a magia Som Fantasma das habilidades raciais do Gnomo por Detectar Magia.

Além de fugir do estereótipo do Gnomo Ilusionista tinha o lance muito louco, e que eu falava o tempo todo nas aventuras, de que ele tinha 3 pais e 3 mães, é que o Gnomo atinge a maturidade aos 65 anos, então ele foi criado por 3 gerações de uma mesma família, ele tinha um Pai-Avô, um Pai-Pai e um Pai-Irmão.

O Pai-Avô e o Pai-Pai chegaram a aparecer como NPCs na campanha, mas o grupo parou de jogar antes do mestre colocar o Pai-Irmão na história, o nome do meu blog (Toca de Gnomo) é em homenagem a esse personagem 😀

Por causa dele um monte de gente aqui em Recife me conhece como Gnomo Nazista 😛 (é que ele era Leal e Neutro com um pézinho no Leal e Mau).

Como sempre muito bom este post

Em Julho eu consigo voltar a mestrar e o link desse artigo já tem destino para os meus jogadores

Muito boas essas dicas Davi.

Eu geralmente penso num conceito de personagem… tipo… "um espadachim estilo mosqueteiro" ou "um mago que usa uma espada longa e tem apenas um olho". Enfim…

Depois vc pensa na aparência dele… CARA a partir da aparência e do conceito vc pode criar todo um backround!!! Se baseando em cada Elemento!

Tipo eu pensei num personagem pra jogar no LFR aqui em Belém… Ai pensei
"Cara seria bacana um ladino que usasse correntes!" hum… mas um visual meio sinistro seria legal… e eu escolhi a raça pelos bonus (mantikinizando tb claro =P), um meio orc.

Montei o conceito: "Um meio orc ladino que usa correntes com cravos para lutar"
Aparência:" Ele usa panos e bandagens para esconder sua aparência.e usa as correntes amarradas no braço"

Pronto a partir dai vieram milhoes de perguntas:

P: "Pq ele usa correntes?"
R: "Ele aprendeu a lutar com correntes na prisão, ele arranjava confusão por lá era preso na parede com correntes, porém, devido sua força, conseguia se soltar e lutava contra os guardas com as próprias correntes, assim acabou se adaptando com o estilo de lutas e com o peso das mesmas"

P: "Mas pq ladino?"
R: "Pq depois de um tempo ele foi preso com correntes mais grossas, q n lhe permitiam se soltar com a força, então ele passou a examinar as fechaduras das correntes… estudou-as durante muito tempo… e assim aprendeu como destrancá-las… sem contar que as correntes n eram muito efetiva contra inimigos muito armadurados… logo ele adaptou laminas nas pontas das correntes para atingir pontos vulneraveis das armaduras…"

E assim por diante…

Eu construi um background todo em cima do conceito e da aparência, fazendo perguntas sobre as mesmas…

Mas como o próprio Davi falou, vc n precisa responder a todas as perguntas… mas seria interessante fazê-las. =)

Valeu

Eu acho legal realmente não responder, porque você usa uma arma X tudo bem, mas porque seu personagem foi preso em primeiro lugar é algo que não precisa de resposta. O mestre pode muito bem colocar uma aventura onde seu personagem encontra seu antigo aliado ladrão que o dedurou para as autoridades (uma aventura que poderia ser chata, acaba ficando mega legal)

Achei muito legal este método. Irei começar a jogar D&D e com certeza vou usar estas dicas pra criar um personagem interessante…

Ola
Muito bom o artigo!
Post prático e rápido! E no fim a gente pensa: "caramba, como não pensei nisso antes"!!!

abs

Acho muito interessante construir o background do personagem aos poucos ao invés de ter uma história completa e bem atada logo de cara (que muitas vezes não são aproveitadas pelos mestres devido às limitações).
O passo um (a imagem) é uma boa maneira para criar NPCs mas nunca tinha feito personagens para jogar dessa maneira. Bastante útil.

bom , eu tenho uma preferencia estranha por personagens " Anões " jogo a bastante tempo e realmente mestro a maioria das vezes , mas das vezes que joguei como Pdj só tive um personagem que não era Anão , e ele não deu muito certo =/…
Os anões na minha opnião são a raça que mais tem " Limites " no Background a maioria dos anões teem barbas e cabelos grandes e muitas vezes trançados , por isso acho que essas dicas não me foram muito uteis…
=/

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