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Dois anos de D&D Quinta Edição

Como prometido, queria compartilhar minhas impressões sobre esses dois anos de D&D 5a edição. Pra começar, adicionando que na verdade faz um pouco mais tempo, já que tivemos quase um ano de experimentações e testes do então chamado D&D Next.

AD&D Terceira Edição

Pra mim a quinta edição é, na verdade, uma evolução natual do AD&D 2nd edition, sem coisas bizarras como THAC0, roladas baixas em testes de atributos, non-weapon proficiencies, e indo numa direção bem diferente da quarta edição e mesmo da terceira, com as multi-classes, classes de prestígio, +32 na rolada de ataque e sete ataques por rolada (que faziam muito sentido em sua época, mas parecem tão obsoletos como AC negativo hoje em dia). A evolução não é só no sentido das regras, mas também do tom e do estilo, que é próximo, nostálgico, e familiar.

(CC) by Nick Wadig
Edições do D&D (CC) by Nick Wadig

Isso foi muito gostoso nos últimos anos, de matar saudade do D&D das antigas, aquele D&D moleque da copa de 70. Mas, por outro lado, é clara a distância da quinta edição de jogos como 13th Age, que é muito mais uma evolução da 4E na minha opinião.

Menos tática, mais improviso

O que eu mais sinto falta da 4E é o lado tático dos combates. Saber que cada encontro combativo era um desafio balanceado, com escolhas limitadas dentro de um contexto era muito desafiante, especialmente para mim como DM, que tentava sempre mantar a dificuldade no limite do TPK. Agora o desafio e reagir com o inesperado: magias de save or die vão fazer aquele arqui-inimigo cair em um turno, e eu tenho que estar preparado para isso. E, ao mesmo tempo, saber dosar as magias de save or die nos personagens.

Um exemplo foi uma luta contra um Dragão Branco, que por conta do rogue do Davi ter falhado em seu saving throw de constituição, tomou tanto dano que teve morte instantânea. Eu improvisei que ao invés de morrer para sempre, ele ficaria numa suspensão congelada por até uma hora, e uma NPC sabia fazer um ritual para reverter a situação, a custo de um anel de resistência à gelo. Funcionou, teve um custo, e não tivemos o downtime de ou perder um personagem, ou ressucitá-lo (o que seria mais provável).

O que sinto falta

Desafio de perícias. De verdade. Claro, dá pra fazer ainda, mas o pool de perícias é meio confuso, e muitas vezes parecem redundantes. Ok, o que sinto saudade é da lista de perícias.

Variedade nos ataques. Para os não casters, o padrão de “eu ataco” está de volta, e isso é meio triste. Ter os at-wills e encounters fazia o jogo mais divertido, e apesar de algumas classes terem opções, eu não me lembro a última vez que a ação do bárbaro não tenha sido “eu ataco”. No máximo foi “eu ataco duas vezes”.

E vocês? Estão jogando 5a edição? Curtiram o visual 5E do blog? Rolem 20!

Por Daniel Anand

Daniel Anand, engenheiro, pai de gêmeas e velho da Internet. Seu primeiro de RPG foi o GURPS Módulo Básico, 3a edição, 1994. De lá para cá, jogou e mestrou um pouco de tudo, incluindo AD&D, Star Wars d6, Call of Chuthulu, Vampire, GURPS, Werewolf, DC Comics (MEGS), D&D 3-4-5e, d20 Modern, Star Wars d20, Marvel Superheroes, Dragonlance SAGA, Startrek, Alternity, Dread, Ars Magica, 13th Age e atualmente mestro Pathfinder 2E. @dsaraujo no twitter

10 respostas em “Dois anos de D&D Quinta Edição”

Já estou jogando há 1 ano e meio, eu (Mestre) e os outros jogadores gostamos muito principalmente pelo dinamismo de combate e a facilidade de regras (vantagem e desvantagem <3), mas também pela improvisação e interpretação maiores.

Quanto ao visual está muito bacana, mas as acentuações (cedilha, acentos) parece que não possuem na fonte aí fica um pouco estranho. De resto está bacana, tamanho razoável de fonte e bem minimalista.

Obrigado pelo feedback. Estou usando uma fonte alternativa que, apesar de não ser a fonte exata usada pela WotC, é bem similar e contém os caracteres latinos. Eu vi que ficava particularmente ruim em dispositivos móveis, mas agora deve estar bacana.

Um abraço!

Eu Joguei duas campanhas de 5e, uma até o 20 e outra até o 12, eu achei bem mediano essa edição, basicamente minha maior critica é que não tem nada de especial na 5e fora jogar DnD.

Explico, 13Th tem icons, tem dado de itensidade, outro sistema de skill, uma pegada narrativa, Spellbound Kingdoms tem um sistema de combate único num cenário onde para morrer tem que destruir seus ideais antes e DnD 5e tem …. inspiração, que eu acompanho 5 mesas diferentes e ela funciona diferente nas 5 mesas , afinal a 5e tem muito ” o mestre decide” o que pra mim é uma preguiça forte, preguiça que permeia varias aspectos do sistema, “orc chega no arqueiro, blz agora vou morrer com esse orc em mim”

Assim DnD 5e não tem nada de novo e somente “jogar DnD” não me prende, assim estou migrando para novas terras to com uma campanha de 13Th no 3º lvl e não me vejo voltando pra DnD num futuro próximo, esperar uma 5,5 ou 6.

Abraços e espero ver a volta do rolando 20, podia fazer um canal com jogos estrimados, teria pelo menos 1 visualização.

Oi André,

Obrigado pelo comentário. Eu joguei bastante 13th Age, mas no final, sinto falta do arroz com feijão das bolas de fogo e fly no nível 5, espadas +1 e coisas do tipo. Além disso, tem muito jogador com preguiça do lado narrativo extra. Também joguei One Ring com o Davi, e funcionava bem em paralelo com o D&D.

Abraço!

Assim como o Andre também não estou morrendo de amores pelo 5e, acho que tem outros sistemas que fazem tudo melhor que a 5e. Eu adorei o sistema do 13th, mas por ter pouco material meio que matou o jogo para mim, pois como um mestre com pouquíssimo tempo eu preciso de um sistema bem robusto.

Hoje estou jogando Warhammer 3e, eu acho um sistema mediano, tem muita complexidade onde não precisa, mas como já está no mercado a muito tempo, tem muito material de fã para ajudar nas complexidades e por isso estou gostando muito. Warhammer também tem as melhores aventuras prontas, que colocam qualquer aventura de D&D no lixo. O combate dele é estratégico e rápido, adoro.

Outro sistema que estava jogando era o The One Ring, que acho um sistema muito bom também, e o melhor do The One Ring é que ele é muito mais modular (promessa de que o D&D 5e seria assim, mas foi falsa). Nele você pode usar regras de itens mágicos, de combate montado, de viagens usando cartas do hobbit tales, um sistema de hunt, que passa a sensação de realmente estar sendo caçado pelo Sauron, e várias outras coisas.

O Davi lembrou algo que é verdade e eu me esqueci: a promessa de modularidade que o D&D Next fez, sendo que a única coisa realmente opcional foi o sistema de feats que, na prática, não imagino quem não usaria. A gente imaginou que o sistema teria suporte para lutas sem miniaturas, sistemas alternativos de magias e coisas do tipo, e nada.

Acho que dizer “Warhammer também tem as melhores aventuras prontas, que colocam qualquer aventura de D&D no lixo” é meio hiperbólico. Tem muitas aventuras muito boas de D&D, e toda aventura é boa ou ruim para algum grupo em particular. Aventuras de Warhammer cheio de intriga e investigação para um grupo que quer matar goblin vai ser um saco.

Ola, muito legal ver o Rolando20 Ativo novamente, mesmo jogando RPG a muito tempo ( pode colocar uns 8 anos na conta ai ), nunca consegui fazer uma campanha muito longa, além do lvl 10.

Praticamente só joguei Vampire e D&D ( 3.5, 4E e agora o 5E). Sempre teremos pontos fracos e fortes em qualquer sistema, mas só o fato de eu não gastar 3h montando um ficha de 3.5 já me anima a jogar o 5E rsrsrsrs.

Eu infelizmente não cheguei a jogar nada da 5ª edição, tenho dado preferência a jogos nacionais como Tormenta e Old Dragon pela facilidade de encontrar/comprar material, preço mais em conta e também porque se torna mais fácil encontrar jogadores.

Estou bastante empolgado com a volta do blog e podcast e apesar de não estar usando nada de D&D ultimamente vou tentar aproveitar qualquer material que venham a publicar.

Abraços e sejam bem-vindos de volta 🙂

Adoro o Rolando 20 e estou muito feliz pela volta triunfal!
Espero que coloquem material de 4/ ainda, pois foi o melhor do DnD pra mim.

O 5e me ganhou pela simplicidade. Com mais de 30, emprego, plantões, pós graduação, a 5e tem um sistema quase intuitivo pra quem joga desde a caixa preta da grow. Dá pra ler o Dungeon Master’s Guide e o Player’s Handbook num final de semana. Quase não precisa voltar nas regras e cumpre bem o seu papel aos saudosistas que querem sentir de novo o gostinho heróico do D&D de antigamente. Por enquanto, estou achando o suporte de aventuras bem interessantes, sempre remetendo a aventuras/cenários de outrora. Mais uma vez, muito feliz por estarem de volta!

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