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Resenha

Dungeons & Dragons: Attack Wing, o jogo de miniaturas do RPG

E existe isso?! Um jogo de D&D baseado em miniaturas?!

Sim amigos! Não só o jogo existe desde 2014, como as temáticas das miniaturas dialoga com o lançamento das aventuras oficiais da quinta edição do cenário de Forgotten Realms.

As duas primeiras aventuras de Tyranny of the Dragons (Hoard of the Dragon Queen [HotDQ] & The Rise of Tiamat [TRoT]) têm alguns dos seus antagonistas representados no jogo das minis em sua primeira expansão (chamadas waves) de um total, até agora, de onze.

Mesa pronta para começar!

O jogo é baseado no Star Wars: X-Wing (daí o nome Attack Wing) que utiliza a temática de SW, e que acabou se popularizando bastante no Brasil. Não é raro encontrar jogadores de X-Wing nos eventos, e é fácil achar nas estantes de algumas grandes livrarias o Starter Set, algo bem mais incomum para o Attack Wing.

Dragão vermelho & Wraiths vs HobgoblinsAssim como no jogo de SW, em D&D: AW os jogadores são desafiados a montar, com uma quantidade limitada de pontos, seu exército de criaturas. O jogador deve decidir não apenas que criaturas entrarão em jogo, mas também o nível e, em alguns casos, as magias que equiparão as criaturas. Escolher personagens, evoluir níveis, equipar magias… Você já deve ter percebido muitos elementos do RPG convencional que permeiam o jogo, certo? Sabe aquele dragão azul adulto da capa da aventura HotDQ? Então, um dos dragões do Starter Set é exatamente igual a ele.

O D&D AW Starter Set acompanha o livro de regras, cartas, dados, marcadores, réguas de movimentação e, é claro, três dragões (cobre, azul e vermelho)! As criaturas possuem características bem distintas, e podem ser evoluídos em até 3 diferentes níveis, com customização de magias variando para cada jogador. As magias e habilidades são velhas conhecidas dos livros clássicos, como Magic Missiles, Fire Breath, Shield, Command, entre outras. Além disso, você também poderá equipar suas miniaturas com artefatos, como o Ring of Swift Breath ou Aerobat Amulet, por exemplo.

Dragões e goblins

Com o Starter Set é possível jogar com até 3 pessoas, com cada uma delas controlando um dragão diferente. O tempo médio de partidas assim dura em torno de 30 minutos, dependendo do entendimento das regras e da sorte nos dados. Apenas com esse kit já é possível se divertir bastante, o que é um contraponto ao preço alto do jogo no Brasil. E assim como acontece nos livros de RPG, você não precisa, necessariamente, expandir o jogo. Cada adição de expansão torna o jogo apenas mais complexo e com novas possibilidades, mas nada o impede de restringir seus exércitos ao que a sua saúde financeira pode comprar.

O jogo também não se limita a colocar um jogador para caçar e matar os outros. Você também pode jogar em modo cooperativo (com times se enfrentando), acrescentar obstáculos e jogar num modo de aventura, que pode ser um cenário específico (onde você pode capturar objetivos enquanto a batalha acontece), ou ainda, jogar um modo campanha inteiro (uma sequência de aventuras, no melhor estilo Zombicide).

Embora muito parecido com o jogo de Star Wars (utilizam a mesma mecânica da Fantasy Flight Games), o jogo de D&D tem algumas particularidades que o tornam superior, em minha humilde opinião. Vou destacar algumas delas:

Enquanto no jogo de SW as miniaturas possuem escala, ou seja, obedecem fielmente a proporção que as naves têm entre si, o jogo de D&D não faz isso. Por um lado, parece atraente que o realismo das escalas seja mantido, mas experimente morar num apartamento de 60 metros quadrados e ter que arrumar espaço para guardar um cruzador imperial com meio metro de comprimento! É sério, pesquise aí “X-Wing Imperial Destroyer” e você vai entender bem o que estou falando… O tamanho das miniaturas também acaba refletindo num preço muito salgado (principalmente para padrões brasileiros), e no espaço necessário para jogar. Quanto maior forem as miniaturas (mais poderosas), mais pontos para cada exército serão necessários, e, naturalmente, será necessário um grid de batalha ainda maior.

Cartas com as mecânicas de movimentação, magias e golpes

Diferente do X-Wing, em Attack Wing as manobras de combate não são apenas aéreas. Algumas criaturas, como os dragões, podem voar, descer ao chão, ou dar investidas contra alvos terrestres, como tropas de goblins, balistas, elfos ou gigantes, adicionando ainda mais profundidade tática ao jogo, através da tridimensionalidade. Por sua vez, as criaturas terrestres podem tentar acertar alvos com armas de distância, corpo a corpo, ou ainda ser alvos de magia como voo.

Uma outra diferença entre os jogos é o componente de blefe. Em XW os jogadores podem usar as réguas para medir distância entre oponentes antes de decidirem suas ações. Em AW os jogadores precisam estimar a distância apenas observando, levando com frequência os jogadores a usarem o blefe ou darem gritos de alívio/frustração quando percebem que o alvo da habilidade/magia está dentro/fora do alcance. Aqueles segundos que antecedem as checagens de distância são realmente muito emocionantes!

As possibilidades mecânicas do jogo, poder limitar as expansões ao tamanho do meu bolso, a qualidade da pintura e acabamento das miniaturas, e o potencial de usar as peças no RPG tradicional de mesa com os amigos me fizeram fã do D&D: Attack Wing. Infelizmente, no Brasil, poucas pessoas jogam ou sequer conhecem essa linha de produtos da Wizards of the Coast. Até por isso, na cidade onde moro, vez por outra vou até a livraria com algumas miniaturas e convido alguns novatos a conhecer (às vezes não apenas conhecer um jogo de miniaturas, mas a temática do D&D, e, por consequência, o RPG). Às vezes tudo que os jogadores desejam é usar as táticas e rolar os dados para caçar e destruir monstros, e o D&D: Attack Wing se propõem justamente a isso.

Caso você seja um jogador, ou tenha se interessado pelo jogo, deixe aí o seu comentário. Vai ser um prazer ter contato com vocês.

Por Rafael Moraes

Mestre à procura de jogadores 1d100% tão dedicados quanto os narradores/DM’s
Atualmente transita entre os estados de PE, PB e RN.

4 respostas em “Dungeons & Dragons: Attack Wing, o jogo de miniaturas do RPG”

Uma pena que o jogo tenha sido descontinuado (mesmo que não tenham dito isso oficialmente) pela Wizkids (que já tem fama de fazer isso com os jogos dela). O jogo é maravilhoso, e muito bacana, curto mais até do que o X-Wing.

Chegamos a fazer aqui no Brasil, sem apoio nenhum, alguns torneios, registrados inclusive, com premiação e tudo, mas tudo feito por fãs mesmo.

Parabéns pelo texto e pela divulgação.

Olá Glebe! Seja bem-vindo ao site.
Pois é, infelizmente o jogo não deu o retorno esperado. Pelo menos podemos nos divertir com o que foi produzido. Quem sabe um dia não lançam algo assim no estilo X-COM dos PCs, não é mesmo? Acho que teria muito mercado.

Attack Wing resumidamente é um X-Wing com dragõeszinhos, com algumas regras a mais (combate de solo e tropas). Ela estreou junto com ToD mas durou apenas até o final de RoD, caindo no esquecimento após isso. Cada set tem informações de campanha e cenários de combate como uma mini-campanha dentro da temporada. Infelizmente, o jogo não vingou e está caindo no esquecimento.

Como pontos positivos, é o jeito mais rápido de ter uma boa coleção de dragões, e o jogo é divertido! A
Como pontos negativos, as expansões são caras (como em X-Wing), e a base se desmonta muito facilmente.

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