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A 5E e os sub-níveis

Olá Jogadores e DMs,

level-1-charactersSemana passada eu falei dos dump stats, e essa semana falo de outro elemento que está de volta com a chegada da 5ª edição: os níveis baixos onde seu personagem é um fracote, ou, como eu prefiro chamar, os sub-níveis. Ao contrário dos dump stats, não acho que os primeiros níveis da 5E sejam um problema. Deixem-me explicar esse lance.

Nas edições antigas (e também na 5E), os personagens de nível 1 são extremamente frágeis. Um mago pode comçar com cinco pontos de vida, se tiver uma constituição baixa. Isso é um ataque de qualquer goblin manco enfraquecido. Mesmo um guerreiro anão com o máximo de constituição no primeiro nível tem 15 hp, e pode cair com um único crítico de um orc enfurecido.

Ora bolas, os NPCs e pessoas comuns do AD&D eram todos personagens de nível zero, e poderiam facilmente ser mortas por gatos e cães domésticos com baixíssima chance de sobrevivência! 🙂

A 4ª edição mudou um pouco esse paradigma: os personagens de nível 1 já são heróis propriamente ditos, podem levar uma surra razoável, e já tem poderes diários dignos de 3d10+For de dano. O que é mais ou menos o equivalente do nível três na 5ª edição, como bem explicou o Sly Flourish nesse artigo.

Eu não acho isso ruim, mas é algo para se ter em mente, tanto como mestre, quanto jogador. Os personagens de nível um ainda não são poderosos o suficiente para enfrentar diretamente um bando de goblins, ainda não se tornaram os heróis do vilarejo. Eles são proto-heróis ainda, cheios de potencial. Por isso a 5E também foi espertinha e diminuiu bastante a quantidade de XP para se chegar ao nível 2. Os primeiros níveis são aquelas primeiras sessões de entrosamento, onde um rato (ou aranha) gigante pode ser o chefão do sótão (a “masmorra”). Chegando no nível 3 e acima, os personagens já tem pontos de vida e recursos o suficiente para encontros combativos mais interessantes.

De certa forma, isso até incentiva o roleplay: no nível 1, rolar o dado da iniciativa tem boas chances de causar mortes! O que acham dessa mudança? Comente aí no blog, no nosso twitter ou no Google+! E rolem 20!

Por Daniel Anand

Daniel Anand, engenheiro, pai de gêmeas e velho da Internet. Seu primeiro de RPG foi o GURPS Módulo Básico, 3a edição, 1994. De lá para cá, jogou e mestrou um pouco de tudo, incluindo AD&D, Star Wars d6, Call of Chuthulu, Vampire, GURPS, Werewolf, DC Comics (MEGS), D&D 3-4-5e, d20 Modern, Star Wars d20, Marvel Superheroes, Dragonlance SAGA, Startrek, Alternity, Dread, Ars Magica, 13th Age e atualmente mestro Pathfinder 2E. @dsaraujo no twitter

13 respostas em “A 5E e os sub-níveis”

Um dos elementos que mais gostei, um jogo de aventureiros e não de super heróis — claro, uma questão de preferência.

Normalmente apenas até o 5° nível, então sim 😀
Mas não apenas por questão de preferência, como o tempo é curto eu sempre jogo pequenas campanhas com três ou quatro aventuras, gosto da história concluída. Atualmente, apenas uma única — infelizmente.
Gostei bastante desta edição, pelo que li, estou ansioso para jogar. Mas provavelmente ainda vai levar um tempo.

Eu aprovei demais essa mudança, pessoalmente gosto de combates mais mortais e situações que podem realmente atrapalhar os jogadores, principalmente nos primeiros níveis.

Uma queda de 6 metros ou uma flecha bem lançada de um goblin pode matar um mago ou ladino, o que deixa todos mais cautelosos e sem aquela sensação de "o mestre não colocaria um goblin que pudesse nos matar".

Quando forem evoluindo perceberão claramente que os personagens estão mais fortes. Algo que era menos perceptível na 4ª edição.

O fato dos monstros continuarem relevantes com a mesma ficha do nível 1 ao 20 é o fator que eu mais gostei na mecânica da 5E, e vai ajudar bastante com esse sentimento. No nível 1, os aventureiros já conseguem ferir e até mesmo (com sorte) matar um Ogro. Mas pra cada acerto dele, vai um herói embora. 🙂

Isso é muito baba ajustar na 4e, é house rule básica de qualquer mesa minha, Ogros no level 1 ficam viáveis e são muito divertidos, coloquei um bullywug Ogro, foi extremamente emocionante, era o defender tentando segurar o ogro com o controller tentando tirar cada 1 do acerto do monstro (pois se acertasse, era morte).

O bugbear da aventura do Starter Set é o novo Kalarel: ataque regular com +11 para acertar e 2d8+2 de dano é morte na certa para a maioria dos personagens naquelas condições.

Ademais, é como o Mearls disse (não lembro se no Twitter ou num L&L): no DnD 5e-Next, a vida de aventureiro só começa a partir do nível 3 (que é inclusive quando se ganha uma característica, ou sub-classe). Antes disso é como jogar Tibia.

Se não me engano Thiago, o 11 é a média de dano que o monstro causa (2d8+2), o bônus de ataque dele está no "to hit", que seria +4 🙂

Fala Anand e Davi! Vcs bem que poderiam estar falando um pouco sobre o Adventure League, tirando dúvidas e abordando de uma forma geral a dinamica desse projeto! Abcs

Olá pessoal! Na minha opinião, a ideia de tornar os personagens mais fracos acabou acarretando em um "problema": agora monstros que antes tinham um lvl de desafio maior (o basilisco, por exemplo) agora são considerados muito mais fracos.

Além disso, alguns monstros podem ter lvl mais alto do que os players mas serem mortos de forma absurdamente rápida. Exemplo: o imp é um monstro de lvl 3 com 7 pontos de vida. Um ranger do meu grupo, de lvl 1, matou o imp com uma flechada certeira, o que tirou um pouco a graça do encontro…

E a falta de pontos de vida dos players também é compensada pelos altos números de AC: em um grupo que mestrei de 4 players, 3 tinham AC 18…

Ainda assim, o sistema 5e é MUITO legal de jogar.

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