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Reporte de sessão: Escamas Púrpuras Sessão 15

Olá Jogadores e DMs!

Mais uma mega sessão de RPG para dividir com vocês! Os Escamas Púrpuras, agora longe de Cormyr, partem numa jornada pelos reinos para convencer os aliados de Cormyr que a a guerra contra Thay é uma cilada. Chegando em Airspur para negociar com Akanûl, a cidade é atacada pela Soberania Abolética da cidade de Xxiphu. Os heróis se arremessam lá dentro, para uma aventura que talvez nunca retornem!

O que é um reporte de campanha? É uma postagem onde descrevo sucintamente os acontecimentos da última sessão, comentando os encontros e desencontros do grupo. Nossa aventura é em Forgotten Realms, usando o sistema do D&D 4ª edição. O nosso grupo está no nível 10, com um ou outro personagem no nível 9. Estamos baseados na região de Cormyr, mas passeando atualmente por Airspur, capital do reino de Akanûl.

A missão

Erzoured Obaskyr, o sobrinho do rei Foril de Cormyr, está tentando o domínio do reino, manipulando os dragões púrpuras, war wizards, e fazendo alianças com os Shadovar de Netheril, de maneira a sair numa guerra contra Thay, e permitindo a invasão de Cormyr por Netheril (via Sembia, principalmente). Mas não sem resistência: o Coronel Edward Jacobs e seu grupo de elite Escamas Púrpuras trabalham nas sombras para essa guerra não aconteça, convencendo os aliados de Cormyr a retirar seu apoio bélico. Aglarond, Akanûl, Illuskan e outros reinos estão na lista dos renegados.

O grupo

Na sessão quinze tivemos Amos, Wren, Calixto e Lara presentes. O jogador da Lara resolveu trocar de personagem, e no meio da sessão a druida Laradorien deu lugar para Evangeline, a rogue halfling:

  • Amos, anão fighter (Battlerage Vigor);
  • Calixto, eladrin warlord (Tactical Presence);
  • Evangeline, halfling rogue (Artful Dodger);
  • Laradorien, elfa druida (Primal Predator);
  • Wren, bugbear rogue (Brutal Scoundrel);

Encontros

  1. Ao adentrar na cidadela de Xxiphu, o grupo encontra um gigantesco e amedrontador Aboleth. Ele mentalmente avisa os loucos aventureiros que sua ousadia será paga em sangue. A Soberania Abolética já está em Fae-Rûn a milênios! Ele chama inúmeros suhuagins para acabar com os aventureiros. Não obstante, a água começa a subir, dando penalidades cumulativas aos aventureiros. O Aboleth não se envolve diretamente no combate inicialmente, e o grupo consegue, com custo e já exaustos, vencer os suhuagins.
  2. Aboleth OverseerDepois da breve vitória, Amos, inspirado pela necessidade de glória da sua armadura-artefato, a Cota Invulnerável de Arnd, e desfere uma carga contra o Aboleth, já coberto de água e muco. Tentáculos afiados atravessam instantâneamente o anão, que quase morre. Ele bate um papo com Moradin, mas o poder do artefato, cheio de poder com a bravura do anão, enfraquece a aberração, que foge. Os membros do grupo magicamente fecham os ferimentos e ficam prontos para um novo combate. A armadura se despede, mas Amos recupera sua honra (e, magicamente, sua barba).
  3. Nadando atrás do monstro, o grupo chega até o topo da cidadela. O Aboleth Overseer teve tempo de realizar uma magia de proteção mágica, e chamou outro abolteth (um lasher), ainda que enfraquecidos pelo poder da armadura. Vários humanóides, escravos mentais do aboleth, também saem das águas mucosas para atacar o grupo. Uma luta épica, com Calixto usando seus conhecimentos arcanos para cancelar as defesas do Overseer, e o resto do grupo sendo sistematicamente controlados mentalmente pela aberração, toma conta do topo de Xxiphu. Depois de muito esforço, com Lara caída e Wren quase morto, o monstro é derrotado. Xxiphu começa a ruir e afundar no Mar das Estrelas Cadentes.
  4. O grupo acha uma passagem secreta sob as correntes da sala da luta, e encontram não só os tesouros de Xxiphu, mas também outros prisioneiros e ex-escravos dos Aboleths. Calixto consegue salvar algumas poucas pessoas, entre eles um clérigo de Moradin e uma halfling. Para sair, um portal que causa dano, deixando quase todos desacordados. Amos ajuda seus amigos a chegarem a superfície do mar, onde são resgatados pelos anões de Arkanapeaks.
  5. O grupo descansa, de volta à Airspur. São celebrados como heróis. Cinquenta anos atrás, Xxiphu causou uma imensa destruição na cidade, mas eles impediram que isso se repetisse. Recebidos pelo genasi da terra Tradrem Kethtrod, o guardião da terra e líder da inteligência da cidade, eles explicam que precisam da ajuda de Akanûl em não apoiar a guerra de Cormyr. Tradren explica que pode ajudar, mas precisa que o grupo intercepte o embaixador de Cormyr, para que a notícia da vitória contra Xxiphu não chegue ao rei Foril e seu sobrinho Enzoured (será a desculpa de Akanûl). Ele ainda precisará de algum outro guardião que o apóie para levar o assunto à rainha Arathane.Visão de Airspur
  6. O grupo descobre que o atual embaixador de Cormyr em Airspur é Laerl, um humano que já fora Escama Púrpura no passado. Laerl era extremamente humanocêntrico, além de traiçoeiro. Ele e Wren quase se mataram no passado. Além disso, Laradorien, a elfa druida, precisa partir para Netheril, numa missão obscura não muito esclarecida. No seu lugar, de maneira honorária, entra a ladina halfling Evangeline.
  7. Lena e as lacaiasOs rogues do grupo vão investigar a mansão de Laerl, que não circula pela cidade já a algum tempo. Seguindo sua assistente Lena, entram sorrateiramente na mansão. Lá dentro, parece que entraram num mausoléu: poeira, comida apodrecendo, cheiro de mofo e estragado. O resto do grupo é chamado, e eles entram na mansão. Investigando o quarto acima, descobrem que Laerl se transformou num vampiro, e que suas lacaias vampirescas estão se alimentando de Lena, que parece dominada mentalmente!
  8. Laerl chama asseclas mortos-vivos (incluindo Ramnetep, um clérigo de Bane múmia), e luta contra o grupo, demonstrando seu ódio contra os não humanos (afinal, é um anão, um bugbear, uma eladrin e uma halfling!). Ele também possui poderes de dominação, mas não tão poderosos quanto do Aboleth. O grupo vence os mortos-vivos, mas ficam amaldiçoados pela doença da múmia. Laerl vira névoa no último minuto e foge para o sótão.

Minhas observações

  • Adorei a luta contra os Aboleths. Com o sacrifício de Amos, reduzi em quatro os níveis dos dois Aboleths, que ainda assim eram desafios consideráveis (ficaram nível 14 cada). Adorei dominar os membros do grupo, especialmente o ladrão, que fazia 20+ de dano nos pobres aliados. Ah! A proteção mágica do Overseer deixava ele imune a qualquer ataque, exceto psíquicos. Obviamente, ele fazia ataques psíquicos no grupo enquanto isso. Calixto passou em três testes de Arcanismo (ações padrão), ajudada pelo grupo, para cancelar esse escudo mágico.
  • SuhuaginTambém gostei da primeira luta contra os Suhuagins. Apesar das criaturas serem fracas (nível 6), o grupo já estava quase sem pulsos de cura, e a mecânica da água funcionou legal. A água subindo funcionou assim:
    • Round 1: Água na canela, teste moderado de Acrobacia de der carga ou correr;
    • Round 2: Água na coxa, teste moderado de Acrobacia ou Atletismo (natação) para se mover mais que metade do deslocamento;
    • Round 3: Água no torso, teste moderado de Atletismo para se mover;
    • Round 4: Água cobrindo o corpo, teste moderado de Atletismo para se mover, -2 em todos os ataque de armas que não sejam lança, azagaia ou besta, +2 pra acertar ataques de lightning;
    • Round 5+: Personagens aguentam fôlego no meio do combate até por modificador de constituição rodadas. Depois, testes difíceis de Tolerância ou perde pulsos de cura inteiros!
  • Gostei também do jeito que o artefato foi embora. Ele deu um gosto legal pra campanha, não estragou as lutas, e ficou memorável. Vou usar mais artefatos! E Amos agora tem sua honra de volta, e ganhou +1 de Diplomacia e Intimidação permanentes.
  • Aproveitei a segunda parte da sessão para elaborar mais a trama política da história. Colocar o arqui-inimigo do passado do Wren foi uma boa idéia para ganhar o ódio do grupo rapidamente, ainda mais agora que ele é undead!
  • O grupo vai ter que lutar contra o vampiro curando apenas a metade dos pontos de vida, por conta da maldição da múmia. Vamos ver o que acontece na próxima sessão!

E esse foi mais um reporte da aventura. Até a próxima e rolem 20!

Por Daniel Anand

Daniel Anand, engenheiro, pai de gêmeas e velho da Internet. Seu primeiro de RPG foi o GURPS Módulo Básico, 3a edição, 1994. De lá para cá, jogou e mestrou um pouco de tudo, incluindo AD&D, Star Wars d6, Call of Chuthulu, Vampire, GURPS, Werewolf, DC Comics (MEGS), D&D 3-4-5e, d20 Modern, Star Wars d20, Marvel Superheroes, Dragonlance SAGA, Startrek, Alternity, Dread, Ars Magica, 13th Age e atualmente mestro Pathfinder 2E. @dsaraujo no twitter

20 respostas em “Reporte de sessão: Escamas Púrpuras Sessão 15”

Muito bom!

Você prepara muito as aventuras com antecedência ou na hora vai no improviso?
Se sim, qto tempo leva? [para preparar as tramas e etc…?]

Eu costumo sempre me preparar para as aventuras. Geralmente gasto de 1 a 2 horas no processo. Esse tempo é distribuído em 70% de bolar a história, pensar em como evoluir as tramas de cada um dos PCs, ler o FRCG e Dungeons para inspiração em plots, etc, e depois 30% para separar stat-blocks, itens mágicos, armadilhas e skill challenges apropriados.

Mas sempre levo uns encontros genéricos para o caso de precisar improvisar. O Dungeon Delve e encontros específicos puxados da Dungeon ajudam bastante nessas horas.

Cara, praparar a parte mecânica do jogo (separar fichas de monstros, alterar, selecionar encontros, fazer mapas…) em pouco mais de 30 minutos é muito ninja! Ta certo que o Monster Builder deve ajudar a vera, mas ainda assim é bem rápido!

Eu basicamente copio e colo stat-blocks aqui. Não altero, escrevo ou faço mapas. Levo aquele listão de monstros e boa. Como a 4e facilita a personalização dos monstros muito facilmente na hora, improviso o resto. Por exemplo, baixar o nível dos Aboleth foi fácil: -4 em todas as defesas, -4 em todos os ataques e tchanã! Os hps eu podia abaixar também, mas ele era controller e já tinha pouco. O dano era pra ser alto mesmo.

Realmente a campanha está evoluindo bastante, e rendendo cenas épicas e memoráveis. Gostei de como estão fluindo os combates e cenas. São de 4 a 6 horas de sessão em média, né? ou dessa vez vocês jogaram mais horas? Como você faz com a iniciativa e dano/PVs dos monstros para fluir rápido? E na descrição dos poderes de ambos os lados? E nas cenas entre-encontros? Os jogadores tendem a sair muito da linha/tomar rumos inesperados?

Essa sessão começou às 14:30 e terminou por volta das 20:00, então foi por aí mesmo. A coisa rendeu bem mais que a última sessão, a galera estava menos dispersa, acho. A parte da iniciativa eu uso uns cartões sobre o escudo, vai sair um post no D3System sobre isso.

Em relação à descrição, não rola muito não, só ocasionalmente, quando entra um crítico, ou morre um bicho elite. Diárias quase sempre tem descrição, Encontros ocasionalmente, At-Will quase nunca. Eu descrevo ocasionalmente, em situações similares.

Eu sempre preparo alternativas para os PCs, embora em geral eles sigam a história mais ou menos como eu pensei. Às vezes rolam umas reciclagens. Por exemplo, eu tinha preparado uma série de encontros com mortos-vivos para a última sessão, para o caso do jogador do Amos não vir. Nesse caso, o grupo iria para Thay. Reciclei um dos encontros como o Vampiro Laerl e a múmia. Decidi que o embaixador seria o inimigo de Wren na hora, e ficou bem mais legal que um NPC genérico.

Quanto às cenas entre os encontros eu tbm quero saber como o pessoal aí se comporta.

As coisas tão ficando em proporções de poder cada vez maiores. É sempre bom ler seus reportes de jogo pra me inspirar.
Vi essa imagem das vampiras num link em um tweet do Tio Nitro…muito show ela. Aliais, muito show todas as imagens do autor dela.

PS: Eu odeio essa maldição de múmia.

Eu já vi um warlord se auto-curar da maldição antes dela começar com um teste bem sucedido de Heal XD!

Uia! Então o grupo conseguiu mesmo passar pelo Aboleth. Na verdade, não apenas um, mas DOIS!? Caramba, isso por si só já seria motivo para os heróis serem saudados como lendas pelos habitantes da cidade de Akanul por vários anos! E mais uma vez, um anão faz a diferença na luta! Que maravilha! Torço por você Amos! Vai que é sua garoto! Aliás, parabéns pelo retorno de sua barba. Agora você pode voltar a falar com seus irmãos de peito e cara erguidas!

Geralmente duas, às vezes três. A 4e propõe dez encontros por nível, e a gente geralmente faz uns quatro ou cinco por sessão. Quando é menos, são encontros turbinados, que valem XP extra. O encontro com os Aboleth, por exemplo, deu mais de 1.000XP para cada PC.

Um nível a cada duas sessões. Cada sessão tem por volta de cinco encontros (nem todos combativos), então é por aí mesmo. Como vocês não ninja e eu turbino o orçamento de XP, deve dar uns sete encontros por nível, mais ou menos.

E eu que pensei, da primeira vez que vi essa nova versao dos Aboleth, que eles seriam os monstros bem elaborados-esquecidos pela galera! rs.. nao sei se voce já usa isso, mas o Monster Mythology e o TSR Monstrous Manual falam bastante deles numa perspectiva beeem diferente da apresentada no MM da quarta.
Nao que eu seja um desses nostalgicos fervorosos! pelo contrário! confio na quarta, mas depois de encontrar pouca descriçao do MM em alguns monstros que eu achei interessantes na visao tática da quarta, resolvi da uma fuçada nos bons e velhos Advanced!

a propósito, ouvi num podcast que voces sao de campinas!
estarão no game day lá na nippo sábado?

Abraços!
Prazer!

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